O orçamento da NASA, a agência espacial norte-americana, tem sido nos últimos anos menos de um por cento do total gasto pelo governo dos Estados Unidos. Certos setores obscurantistas da Ufologia sempre reclamam da quantia gasta em exploração espacial, aliás, mas é somente uma pequena porção desse dinheiro que produziu as extraordinárias imagens que nos foram enviadas desde Ceres e Plutão, por exemplo. A proposta elaborada pelo governo norte-americano e pela agência espacial para 2017, que será apresentada ao Congresso daquele país, prevê um pouco mais de 19 bilhões de dólares para as atividades da NASA, menos que os 19,3 pedidos no ano passado.
Para o grande foguete SLS foram pedidos 1,31 bilhões de dólares, e outros 1,12 para o desenvolvimento da nave Orion. Vale lembrar que o Senado tem conferido muito apoio ao SLS, foguete que deve lançar, se tudo correr dentro dos planos, astronautas além da órbita da Lua. O financiamento para o desenvolvimento de naves tripuladas, como as da SpaceX e Boeing, ficou com 2,76 bilhões de dólares. Lamentavelmente, entretanto, o setor de ciências planetárias da NASA foi novamente cortado, caindo de 1,63 bilhões para 1,52 bilhões de dólares. Muitos apontam o absurdo de tais cortes caírem periodicamente no setor mais bem-sucedido e mais popular entre as atividades da agência espacial, exatamente aquele que recentemente teve imensos sucessos. Entre estes se encontram as missões Dawn, atualmente em órbita de Ceres, e New Horizons, que em julho de 2015 encantou toda a humanidade com o primeiro reconhecimento de Plutão e seu sistema de luas.
O processo de votação do orçamento federal é longo, com o governo trabalhando com as comissões apropriadas no Congresso, e uma primeira versão do orçamento é então votada e aprovada na Câmara de Representantes, equivalente à Câmara de Deputados do Congresso brasileiro. Depois o Senado também faz sua votação, e enfim, depois de uma série de entendimentos, o orçamento é aprovado. Normalmente os valores costumam mudar muito, o que mantém a esperança sobre outra missão da NASA, a que irá realizar um reconhecimento próximo do satélite Europa, de Júpiter. A quantia pedida para a missão, planejada para lançamento em 2022, é de somente 49,6 milhões de dólares, considerados insuficientes para que a data seja cumprida. Isso poderia atrasar o lançamento para o final da próxima década.
MISSÃO PRIORITÁRIA PODE CONSEGUIR MAIS VERBAS
Um fato interessante é que a NASA não fez um pedido para uma missão para Europa em 2013 e 2014, porém o Congresso destinou mais de 120 milhões de dólares para os primeiros estudos. Em 2015 e 2016 a agência pediu 45 milhões e conseguiu 275, o que mantém em muitos a esperança de que novamente os congressistas irão aumentar as verbas para a missão. E vários congressistas, inclusive dentro da comissão que cuida de ciência e tecnologia, deixaram claro que a NASA deveria desenvolver também, dentro da mesma missão, um módulo de pouso na lua candidata a abrigar vida alienígena. O Congresso de fato apresentou um requerimento para isso no orçamento para a agência de 2016, então é muito provável que as verbas para a missão aumentem consideravelmente. Há ainda outra incerteza, se o foguete SLS deveria ser utilizado para o lançamento, o que permitiria encurtar muito o tempo de viagem até Júpiter. Resta saber se o veículo lançador ficaria pronto em tempo. A proposta da NASA de uma missão somente orbital, com 45 passagens próximas a Europa ao longo de pelo menos dois anos e meio, tem um custo estimado de 2,1 bilhões de dólares.
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