Em 18 de outubro último, por meio do Telescópio de Varredura Panorâmica e Sistema de Rápida Resposta (Pan- STARRS), localizado no Observatório Haleakala no Havaí, cientistas localizaram o que primeiro lhes pareceu um cometa, estimando seu tamanho com base nas observações em menos de 400 m. Contudo as características orbitais do objeto levaram os cientistas a pedir urgência em mais observações a seus colegas. Descobriu-se então que a órbita do corpo, designado C/2017 U1, tinha um formato hiperbólico com excentricidade de cerca de 1,2.
Cometas são divididos basicamente em dois grupos. Os de período curto, com órbitas que se completam no máximo em poucos séculos, provém do Cinturão Kuiper e visitam o Sol regularmente, dos quais o Halley é o exemplo mais conhecido. Sua órbita tem uma excentricidade de 0,967, com formato entre um círculo e uma parábola. Cometas de longo período têm sua origem a Nuvem de Oort, situada a centenas de Unidades Astronômicas do Sol, e completam suas órbitas em milhares ou milhões de anos. A excentricidade de suas órbitas é de no máximo 1,01, e esses números indicam que o objeto em questão é na verdade um visitante do espaço interestelar. O C/2017 U1 perdeu sua designação de cometa quando os astrônomos descobriram que ele não tinha a coma habitual de cometas, a nuvem de poeira e gás que se forma quando estes se aproxima do Sol, logo foi redesignado A/2017 U1.
Estudando sua órbita descobriram que ele veio de uma direção praticamente perpendicular à eclíptica, o plano geral das órbitas dos planetas de nosso Sistema Solar. O objeto cruzou esse plano em 2 de setembro a aproximadamente 92.000 km/h, dentro da órbita de Mercúrio, antes de fazer sua passagem mais próxima do Sol uma semana depois. Em 14 de outubro aproximou-se até 24 milhões de km da Terra, a cerca de 156.000 km/h. O A/2017 U1 teve sua trajetória de chegada a nosso sistema calculada, e ele parece ter vindo da Constelação de Lyra. Há então a possibilidade de ele ter vindo de Alpha Lyrae estrela a 25 anos-luz de distância e mais conhecida como Vega, destaque do livro de ficção científica Contato, de Carl Sagan. O A/2017 U1 está diminuindo de brilho rapidamente enquanto se encaminha para fora do Sistema Solar, e os astrônomos continuam suas observações para colher a maior quantidade possível de informações desse visitante interestelar.
Confira um vídeo sobre a descoberta
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