Durante anos ele percorreu o sertão nordestino atrás de vestígios da passagem de seres extraterrestres. E encontrou muitos! Desde 1950, o co-editor de UFO Reginaldo de Athayde descobriu que os estados da região Nordeste abrigam um terrível segredo. É lá, sem a menor explicação, que estão concentrados os mais impressionantes casos de ataques alienígenas a humanos. Ufólogo experiente, dedicado conferencista e escritor, Athayde busca até hoje explicação para a violência extraterrestre a pessoas humildes e carentes que vivem em áreas remotas e áridas.
Outros pesquisadores de várias partes do mundo também se assombram ao conhecer a espantosa casuística nordestina. Athayde, no entanto, os recebe cordialmente há décadas, levando-os para incursões pelo agreste, onde os apresenta às vítimas dos ETs. Renomados ufólogos como Jacques Vallée, Bob Pratt e Claude Raffie levaram do Brasil a impressão de que nossos visitantes alienígenas podem estar longe de ser bondosos e compreensivos irmãos cósmicos, como desejam os integrantes da ala mística da Ufologia. Nos últimos anos, o volumoso e impressionante trabalho de Athayde rompeu ainda mais fronteiras, tendo sido publicado em revistas especializadas em Ufologia de vários países. “Finalmente reconheceram a importância da casuística de nossa região”, desabafa. Já era tempo!
Mas nem tudo é tragédia por aquelas paragens. Há casos em que alienígenas são literalmente confundidos com santos, anjos e até com a Virgem Maria. Estas ocorrências, bem documentadas pelo estudioso, retratam a versatilidade da crença do povo nordestino. Assim, após acumular quase 400 trabalhos publicados em jornais e revistas locais, além da Revista UFO, Athayde acaba de lançar seu primeiro livro ufológico: ETs, Santos e Demônios na Terra do Sol. A obra é a sexta edição da Biblioteca UFO e mostra a intimidade nua e crua da casuística regional do Nordeste. “É impossível que alguém fique indiferente ao ler os relatos de pessoas simples da roça que foram perseguidas, atacadas e até feridas por ETs”, diz o autor. De fato, em lugar algum do mundo se encontram casos ufológicos com conteúdo emocional tão intenso como os que Athayde pesquisou.
ETs, Santos e Demônios na Terra do Sol é um retrato pungente e diversificada amostra do que acontece além das belas praias das capitais nordestinas. É no sertão seco e faminto que vivem pessoas de carne e osso, com seqüelas e cicatrizes que denunciam agressões maiores do que as que o desmando de sucessivos governos lhes legou. São cicatrizes produzidas por objetos em forma de “bolas de fogo”, “tochas flamejantes” ou “aparelhos misteriosos”, como descrevem as vítimas. Do lado dos contatos que inspiram religiosidade nos nordestinos, figuras esplendorosas e reluzentes são descritas como emissárias do paraíso, após surgirem em situações no mínimo inusitadas.
“Coletar tais casos é uma tarefa que exige muita persistência”, diz Athayde. O Nordeste é um dos lugares do Brasil onde não é cabível a chamada Ufologia de gabinete. Para se conhecer o que se passa no sertão é necessário percorrer muitas estradas e caminhos, que nem sempre levam a respostas definitivas sobre a verdadeira intenção de nossos visitantes. De qualquer forma, a busca do autor, segundo ele mesmo, está longe de acabar. “Continuarei farejando e investigando casos, até que entenda o que motiva os ETs que por aqui passam”, declarou. Reginaldo de Athayde nos deu uma entrevista em que diz, pelo menos, o que o motiva em sua busca.
Depois de quase cinco décadas de pesquisas, milhares de casos analisados e cerca de 400 artigos publicados, sua busca continua? O que você ainda quer encontrar? A Ciência é dinâmica. É uma eterna busca da verdade e, quer queiram ou não, a Ufologia funciona da mesma forma. Ela é uma paraciência hoje, mas será a ciência do futuro. Uma ciência que englobará todas as demais e – o que é melhor – será preenchida de fatos atualmente desconhecidos pelos homens, quando então uma nova Física mostrará que nada sabemos e que tudo ao nosso redor ainda é desconhecido. Nós próprios, o solo em que pisamos e o ar que respiramos, afinal, tudo será revisto por um ângulo diferente. Talvez assim o homem venha a abdicar de sua prepotência em achar que é o único e todo poderoso do Universo… Sou compelido a continuar minhas pesquisas por muito mais tempo, pois quanto mais o faço, quanto mais descubro, mais verifico que nada sei sobre o assunto. Apesar do tempo que já empreguei ao tema, 50 longos anos, sinto que estou apenas engatinhando na insondável e interminável estrada do conhecimento.
Seu livro ETs, Santos e Demônios na Terra do Sol pode ser melhor considerado como o resultado de um projeto de pesquisa ou um alerta para ufólogos que pretendam desenvolver a mesma busca que você faz? Ao escrever este livro, não tive a prepotência de pensar em algo que pudesse servir de orientação a novos ufólogos, ou mesmo considerá-lo um projeto de pesquisa. O que vejo como meu verdadeiro projeto de pesquisa encontra-se em ritmo de montagem. É uma idéia grande e ambiciosa, enquanto que ETs, Santos e Demônios na Terra do Sol é apenas um livro que conta histórias reais. Nele, pretendi mostrar fatos impressionantes existentes no Nordeste, como também em todo o mundo – mas, infelizmente, guardados em arquivos secretos de pesquisadores e governos. Não sabemos por que temos na região inúmeros casos de ETs benevolentes, bonzinhos e com mensagens espirituais de paz e amor, quando ao mesmo tempo nossa casuística é recheada de casos na verdade horripilantes. Nós, terrestres, somos místicos e aceitamos mais facilmente que os ETs sejam mensageiros do amor, em vez de cavaleiros do Apocalipse. Pesquisar estes casos é difícil, pois algumas pessoas que alegam receber mensagens telepáticas não possuem provas concretas. Os ditos contatados não se submetem a hipnose regressiva ou detectores de mentiras. Já os que sofreram no corpo e na alma a interferência de seres agressores tem verdadeiramente seus casos provados e comprovados. E o Centro de Pesquisas Ufológicas (CPU) quer justamente isso: provas da verdade em todos os casos pesquisados.
Com tanta experiência acumulada, qual é a ocorrência que considera mais desnorteante, aquela que mais o fez pensar nos objetivos dos ETs? Todos os casos que pesquisei são interessantes, embora os improváveis nem sejam levados em consideração. Nós nos preocupamos principalmente com pessoas que viram, sentiram e sofreram a ação de seres extraterrestres. Aquelas que trazem na pele as seqüelas das experiências sofridas, pois ali está algo que a Ciência não explica – em particular a Medicina, que corre léguas temerosa em não poder entender os fatos documentados. Autoridades, astrônomos, físicos, padres, pastores e cientistas de um modo geral, quando munidos de provas, ficam boquiabertos e até negam-se a debater na Imprensa, alegando não ter explicações para as fotos e laudos apresentados por nossa equipe de pesquisadores. Um exemplo disso é também um dos casos mais impressionantes de nossas pesquisas: o Caso Barroso. Este cidadão foi atendido por 16 médicos, entre psiquiatras, neurologistas, psicólogos, etc., sem que tenham explicado o fenômeno. Alguns chegaram a declarar abertamente que Barroso tinha seqüelas misteriosas para a Medicina. Importante também é o Caso Baturité, quando seis UFOs foram fotografados no local e desmoralizaram nossa Física, mexendo com o tempo, espaço, animais e mentes humanas, diante de mais de seis mil testemunhas. Militares, policiais, bispos, padres e pastores, todos atônitos, acreditaram estar diante da Virgem Maria, mas o que viram não passou de uma formação de UFOs. Este caso é considerado seríssimo por nosso centro de pesquisas.
O que mais chama a atenção nos casos angelicais são as várias coincidências nas mensagens dos ETs, que quase sempre se parecem. É como se os mensageiros recebessem cópias xerox do que dizer aos humanos
Você está dizendo que a Virgem Maria observada por milhares de pessoas em Baturité não passava de um fenômeno ufológico? Isso mesmo! Meu livro ETs, Santos e Demônios na Terra do Sol retrata o fato, comum no Nordeste, de ETs serem vistos ora como santos, ora como demônios. Quando esses seres são avistados por católicos fervorosos, por exemplo, geralmente são vistos como anticristos, embaixadores de satã e outros rótulos mais. Algumas dessas denominações nós, do CPU, também ganhamos quando provamos que o caso de Baturité era apenas uma manifestação ufológica, e não mariana… Lá, no local, fomos agredidos e passamos, depois, a ser ameaçados de morte por telefone caso não declarássemos à Imprensa que os fenômenos observados eram religiosos e nada tinham a ver com UFOs. Forçaram-nos a uma retificação dos fatos, mas não a fizemos, por mais que sejamos católicos praticantes. Aceitamos a Mãe de Jesus e todo o staff celeste, mas não aceitamos asneiras proferidas em nome de Deus. Este caso está bem descrito em meu livro recém lançado, mas prometo uma versão ainda mais completa numa nova obra que estou escrevendo: A Virgem de Baturité.
Um novo livro? Mas, ainda quanto a esses casos em que ETs são vistos como santos e anjos, existem provas do que as pessoas estão afirmando? O que mais chama a atenção nos ditos casos angelicais são as coincidências nas mensagens. Parece até que supostos mensageiros alienígenas receberam xerox do que teriam que dizer aqui na Terra! Onde quer que se encontre um caso desses as alegadas advertências ao povo terrestre são praticamente as mesmas… Por isso, infelizmente, até essa data eu e minha equipe não conseguimos provar a verdade de tais ocorrências, embora saibamos que são inúmeras as testemunhas idôneas. Provas nesse tipo de caso são muito relativas. Para o CPU, o que conta são as evidências materiais, concretas e impossíveis de serem desmentidas, como falamos anteriormente.
Como você, sendo um pioneiro que começou o trabalho há quase meio século, vê o estado da Ufologia Brasileira nos dias de hoje? O que falta e o que sobra para chegarmos ao sucesso em nossas atividades? A Ufologia Brasileira é uma das mais ativas do mundo e os pesquisadores, mesmo os mais jovens e neófitos, são extremamente produtivos – especialmente aqueles que vêem o lado científico do fenômeno. Se até há algum tempo os membros da Comunidade Ufológica Brasileira eram vistos como bruxos ou lunáticos, isso hoje não acontece mais. O trabalho desenvolvido neste meio século é bastante reconhecido e valorizado em todo o planeta. Hoje vemos autoridades civis e militares se aproximarem de nós para expor o que há de verdade nas pesquisas oficiais. Pouca gente sabe, mas alguns de nós, ufólogos, são catalogados junto aos governos como necessários à segurança nacional. Para mim, pessoalmente, estes quase 50 anos foram extremamente produtivos. Ainda hoje, quando faço uma vigília, só ou com outros pesquisadores, olho as estrelas e pergunto: ‘Ó tempo eterno e caminhante, não vistes a minha infância por aí? Se a vires, trazei-a de volta, pois ainda tenho muito que pesquisar’. E vou tentar manter a forma para continuar correndo atrás dos fantásticos casos nordestinos…