Se realmente há ETs vivendo entre nós, um caso emblemático dos anais da Ufologia Mundial é o de Dolores Barrios, uma mulher que se apresentou em um congresso de Ufologia do começo da Era Moderna dos Discos Voadores, justamente no lugar mais agitado para o assunto na época, o Monte Palomar, na Califórnia. Era agosto de 1954 e aquele foi um dos primeiros grandes eventos sobre o tema, voltado para a apresentação de casos ufológicos e de relatos de supostos contatados. Dolores assinou o livro de presença e acomodou-se no auditório, mas sua beleza e aspecto exótico chamaram a atenção dos demais presentes. Entre eles estava o jornalista João Martins, que ao evento comparecia como enviado da revista O Cruzeiro.
ETs infiltrados em nossa sociedade
Martins é conhecido da Ufologia Brasileira por ter, junto com Ed Keffel, fraudado as fotos de um UFO na Barra da Tijuca, em maio de 1952. Na época, aqui no Brasil, O Cruzeiro fomentava intensas e incessantes discussões sobre discos voadores. O jornalista chegou a conversar com Dolores, mas, ao tirar uma foto dela, o flash da câmera a assustou e ela saiu rapidamente do recinto, entrando em um bosque próximo ao local do evento e com isso suscitando ainda mais interrogações. Logo ao adentrar na mata, muitas pessoas alegam ter visto uma nave discóide sair do local, e Dolores nunca mais foi encontrada em lugar algum do mundo.
O congresso em questão havia sido promovido por três dos mais famosos contatados da época e de todos os tempos: George Adamski, Truman Bethurum e Daniel Fry. O assunto era tão difundido naqueles anos da década de 50 que mais de 1.000 pessoas teriam participado do evento, de agentes do governo a jornalistas, de testemunhas do Fenômeno UFO a alegados contatados — destes, vários relataram suas experiências com supostos extraterrestres. O mais famoso, Adamski, teve mais desenvoltura e em sua palestra chegou a afirmar que os venusianos são muito semelhantes aos terráqueos. “Eles se infiltraram em nossa sociedade e vivem entre nós em grandes cidades”, disse.
Dolores Barrios não foi a única controversa participação no congresso de Monte Palomar. Logo no primeiro dia houve agitação entre o público com a presença de dois homens de aparência igualmente exótica, que algumas fontes informaram que a acompanhavam. “Eram brancos e o mais espantoso eram seus olhos negros, que se podia ver quando removiam os óculos”, disse Elizabeth MacCarthy sobre os dois rapazes. Eles pouco se comunicaram com os demais presentes, ao contrário de Dolores. Perguntada por um dos participantes se era venusiana, ela respondeu com um sorriso que não. “Mas por que você está aqui?”, insistiu o interlocutor. “Porque estamos interessados neste tema”. Questionada se acredita existirem venusianos na Terra, como afirmava Adamski, respondeu: “Sim, eles estão aqui”.
Uma alienígena que desenha vestidos?
João Martins fez ainda mais perguntas à Dolores, antes que ela sumisse, e descobriu que a moça era estilista de moda. Seus amigos seriam Donald Morand e Bill Jackmart, supostamente músicos. Dolores declarou que os três moravam em Manhattan Beach, na Califórnia, mas nunca foram vistos por lá. O trio ficou isolado dos demais presentes por quase todo o evento e evitava ser fotografado, o que aconteceu apenas pouco antes de Dolores sumir [Outra fonte alega que ela teria dito ser de Nova York].
Infelizmente, as únicas evidências da presença de Dolores Barrios no evento são as fotos tiradas por Martins, que revelam detalhes curiosos: a protuberância em sua testa, que seria o prolongamento de seu nariz peculiar, e uma glândula lacrimal dupla ou tripla. Há quem veja no formato de seus lábios e olhos algo sugestivo. Quanto a ela ser uma extraterrestre, disso não há nenhuma garantia, apesar da informação de que ela teria desaparecido justamente em um bosque de onde, minutos depois, um disco voador foi visto decolando. Infelizmente, não há testemunhas vivas para garantir esta informação. E, assim, o caso continua aberto.